1. Estimulação ovariana
O que é e por que é usada?
É chamada estimulação ovariana o uso de medicações que estimulam os ovários a expelirem vários óvulos em um mês. Existem duas razões principais para que estas medicações sejam usadas:
- Os mecanismos naturais de ovulação fazem com que apenas um óvulo amadureça em cada ciclo ovulatório. Normalmente, 60% a 70% dos óvulos são fertilizados “in vitro” o que significa que existe uma chance de 30 a 40% de que um único óvulo não seja fertilizado. Se tivermos vários óvulos as chances de fertilização e desenvolvimento do embrião serão maiores;
- As taxas de gravidez são maiores quando transferimos (colocamos de volta no útero) mais de um embrião.
Como são usadas essas medicações?
Em um ciclo natural, o crescimento folicular (pequeno cisto preenchido com líquido e que contém o óvulo no seu interior) e a ovulação são controlados por hormônios que controlam os ovários. Para que possamos ter controle sobre estes mecanismos naturais é necessário a utilização de uma medicação cujo objetivo é desligar este controle sobre os ovários. Com isto, podemos estimular diretamente os ovários e obter um número maior de óvulos.
As medicações para estimulação ovariana serão iniciadas a partir do momento em que os ovários estiverem suprimidos. Elas serão administradas diariamente por injeções. São necessários controles com ultrasom e dosagens hormonais para acompanhar o crescimento folicular e adequar a dosagem destas medicações. A freqüência destes exames varia conforme cada caso.
Quando a maturidade dos óvulos é atingida será administrada uma nova medicação para o amadurecimento final dos óvulos. Esta medicação é composta de uma injeção única que deve ser aplicada no horário estipulado pelo médico.
Essas medicações são seguras?
As medicações para estimulação ovariana, em geral, têm sido utilizadas por mais de 30 anos. Como todas as medicações elas apresentam efeitos colaterais e estes devem ser discutidos com o seu médico. Os efeitos mais comuns incluem: discreta dor e cólica abdominal, irritação e inchaço no local das injeções.
Importante ressaltar que cada paciente responde diferente a estas medicações e a resposta pode ser diferente de uma tentativa para outra.
2. Fertilização in Vitro – FIV
A FIV (conhecida como bebê de proveta) é um método de Reprodução Assistida no qual os óvulos da mulher e o esperma do marido são colocados juntos no laboratório para que ocorra a fertilização. Se a fertilização ocorre, os embriões resultantes são transferidos ao útero, onde deverão se implantar.
A Fertilização In Vitro é o tratamento de escolha para casais com vários tipos de infertilidade, como Endometriose, Fator Masculino, Fatores Imunológicos ou Esterilidade Sem Causa Aparente (ESCA) além da tradicional indicação Fator Tubário (quando as trompas da paciente estão obstruídas, danificadas ou ausentes).
Após a realização de uma série de exames e testes, o especialista verifica se o seu caso merece a indicação de Fertilização In Vitro.
3. Captação de óvulos e espermatozóides
Captação de óvulos é o termo usado para dizer que os óvulos serão retirados de dentro dos folículos (pequeno cisto preenchido com líquido e que contém o óvulo no seu interior). Devido à estimulação ovariana, cada ovário deverá ter vários folículos.
Como é o procedimento?
Nesse dia o casal precisa comparecer a clínica. A aspiração dos óvulos é feita com anestesia geral (sedação – onde a maioria das pacientes dorme durante o procedimento) e guiada por ultrasom (o mesmo tipo de ultrasom usado para acompanhar o crescimento dos folículos).
Primeiro, o médico irá avaliar os ovários com o ultrasom. Logo após uma agulha será inserida pelo transdutor (parte do ultrasom que é inserida dentro da vagina) e a aspiração de cada um dos folículos é realizada através desta agulha. O líquido é aspirado e levado imediatamente para o embriologista que vai procurar pelos óvulos utilizando um microscópio. O procedimento completo pode levar até 30 minutos.
Logo após a captação dos óvulos será feita a coleta dos espermatozóides. Os espermatozóides podem ser coletados através da masturbação quando existem no sêmen, ou por coleta direta dos testículos ou epidídimos (pequenos órgãos posicionados junto aos testículos).
Aproximadamente uma hora após o procedimento de captação dos óvulos, a paciente estará pronta para ir embora, com medicação especial para tomar as devidas orientações.
4. Transferência de embriões na Fertilização in Vitro
A transferência de embriões, como o nome já diz, é o procedimento no qual os embriões são transferidos para dentro do útero.
Como é o procedimento?
Este é um procedimento simples, que geralmente dura em torno de cinco minutos. Não é necessário nenhum tipo de preparo ou anestesia. A paciente vai ficar em posição ginecológica e um catéter vai ser colocado dentro do útero, passando pela cérvice. Os embriões são depositados no fundo do útero e a paciente vai ficar em repouso por 30 minutos após o procedimento.
O número de embriões a ser transferido vai depender do dia da transferência e da qualidade dos mesmos, portanto deve ser discutido caso a caso.
Ao sair da clínica, a paciente receberá orientações sobre cuidados, medicações e data do seu retorno para exames.
O que acontece após a transferência?
Após os embriões serem transferidos pode ou não ocorrer a implantação. Se houver implantação (quando os embriões se fixam no útero o que ocorrerá de dois a cinco dias depois da transferência), a paciente vai estar usando uma medicação para preparar o endométrio (a linha de dentro do útero) para que ocorra a implantação dos embriões.
Se pelo menos um embrião se implantar você está grávida.
Aproximadamente 14 dias depois da transferência de embriões você fará um teste de gravidez. Se der positivo você será solicitada a repeti-lo e se der positivo novamente, será realizada uma ultrasonografia.
Se a ultrasonografia mostrar gestação, dentro do útero e com batimentos do coração do bebê, você será encaminhada de volta ao seu médico de origem para iniciar o pré-natal.