Quais são as condições que levam para o parto por cesárea?
Mais da metade dos partos realizados no Brasil são cesarianas. O dado é da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, elaborada pelo IBGE. O levantamento mostra que 55% das crianças nascem através da cirurgia, enquanto que 45% delas nascem de parto vaginal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda manter a taxa de cesáreas abaixo dos 15%. Mas convém destacar que este número não leva em consideração a heterogeneidade étnica, o aumento da idade materna, as técnicas de reprodução assistida e o aumento das gravidezes múltiplas (gêmeos) em muitas sociedades modernas. Portanto, seria mais lógico considerar um valor maior que, segundo o nosso tipo de população, seria entre 20 a 25%.
A cesariana é uma intervenção cirúrgica com riscos maternos muito baixos, mas superior ao parto vaginal. Não deve ser uma opção de parto e sim uma indicação médica no pré-natal, quando identificada a necessidade.
O que é um parto cesárea?
O parto cesárea consiste em uma incisão horizontal na região inferior do abdômen entre 10 e 12 centímetros. Antes do procedimento, que necessita de internação hospitalar, é aplicada uma anestesia na região lombar da gestante. Um cateter é colocado no espaço peridural (canal vertebral) da paciente para a administração de medicamentos, e também uma sonda, que terá o objetivo de conter a urina. São cortadas, então, seis camadas de tecido, que serão fechadas uma a uma após o nascimento do bebê e retirada da placenta.
Quando existe indicação, esse procedimento é capaz, inclusive, de salvar vidas. Nesses casos, o parto pode ser programado com antecedência para garantir a segurança da mãe e do filho. Veja alguns casos:
Descolamento prematuro da placenta
Quando a placenta se descola do útero, acontece uma interrupção do fluxo de sangue para o bebê.
Em casos assim, o tempo é curto (minutos) para salvar a vida da criança, que deve nascer pela via mais rápida. Se o parto não estiver quase no final, é preciso fazer a cesariana.
Apresentação anômala
É possível que um bebê sentado nasça de parto normal. No entanto, se ele estiver atravessado no útero, o nascimento não pode ser feito pela via vaginal, sendo necessária a cirurgia cesárea.
Múltiplas cesáreas prévias
Quando uma mãe teve três filhos por cirurgia cesárea, a indicação é que a próxima gestação também seja cesariana. Em alguns casos, o quarto parto pode ser normal, mas, por não ser uma indicação absoluta, é preciso decidir em conjunto com o médico.
Malformações fetais
A realização da cesárea é indicada também em algumas situações de malformação do feto, como alterações cerebrais ou gêmeos xifópagos (unidos).
Desproporção entre a pelve e o feto
Nessa situação, a cabeça da criança é desproporcional à pelve materna. O diagnóstico, no entanto, só deve ser feito durante o trabalho de parto, quando a mãe tem dilatação completa, contrações adequadas e foram esgotadas todas as possibilidades para auxílio da descida do bebê.
Prolapso de cordão umbilical
Quando o cordão umbilical fica entre o bebê e o colo do útero, ele pode ficar comprimido, o que pode resultar em perda de oxigênio e até mesmo na morte do feto. Justamente por isso, é uma situação que exige atenção imediata.
Caso o cordão umbilical esteja saindo da vagina, o parto do bebê precisa ser feito o mais rápido possível. Se a mãe ainda estiver na primeira ou segunda fase do trabalho de parto, o médico poderá optar por fazer uma cesariana.
Macrossomia fetal
O bebê pode ganhar muito peso, geralmente quando a mãe tem diabetes gestacional. Essas crianças também têm mais chances de serem obesas e de terem diabetes quando adultos.
Gestação gemelar
Considera-se indicação para cesariana as gestações gemelares em que o primeiro feto não esteja em apresentação cefálica, nas gestações com três ou mais fetos e as monoamnióticas.
Gestante soropositiva para HIV
Em mulheres com carga viral desconhecida ou maior que 1.000 cópias/mL, a cesárea eletiva na 38ª semana de gestação diminui o risco da transmissão vertical do HIV.
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